#FICHAMENTO - POLITICA VS RELIGIÃO
- Barbie Antropóloga
- 26 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de mai. de 2020
TEXTO 2 - Importância do caráter religioso no movimentos messiânicos

TEXTO: Hermann, Jacqueline. Religião e política no alvorecer da República: os movimentos de Juazeiro, Canudos e Contestado. In: Ferreira, Jorge e Delgado, Lucilia de Almeida Neves (orgs.) O Brasil Republicano. vol. 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. (pp. 121-160)
Objetivo do texto:
Compreender a importância do caráter religioso no movimentos messiânicos no Brasil e relatar como a perda do poderio da igreja católica influenciou diretamente nos conflitos sócio político.
Pontos do texto:
A igreja luta contra a ação do Estado no processo de abolição do padroado, ou seja, separação do domínio da Igreja Católica nas tomadas de decisões do Estado.
A argumentação da Igreja Católica é apenas em defesa e proteção dos seus direitos de decisão sobre as políticas públicas.
No mesmo período a Igreja Católica sobre com a forte pressão de outros movimentos que ganham força, como por exemplo, protestantismo, maçonaria, liberalismo, socialismos, dentre outras correntes teóricas consideradas pela Igreja Romana como “erros modernos”.
Essa reação da igreja através de sua liderança foi nomeada como romantização da Igreja, numa forte tentativa de evocar o Concílio de Trento, buscando retomar o poderio da igreja, sua dominição, a moralização do clero, retomada de trabalhos missionários, dentre outras questões.
Esse processo que tem como figura principal, D. Macedo, indicia o processo de organização eclesiástica no Brasil. Onde neste processo os bens materiais da Igreja foram poupados.
As autoridades religiosas sofrem a pressão dos fiéis que não entendem a perda de poder político da igreja, originando assim movimentos em defesa da igreja por parte da população, os ditos movimentos messiânicos. Os mais conhecidos foram: Juazeiro, Canudos e Contestado.
Movimentos messiânicos brasileiros estavam classificados como movimentos messoamocos primitivos, sendo os três movimentos acima citados caracterizados como “rústicos” e foram resultado numa alteração da estrutura social considerada tradicional para os camponeses das regiões onde os conflitos aconteceram.
Um caráter estrutural e motivador dessas tensões é o caráter social baseado no parentesco, na solidariedade, na afetividade e compadrio, que deixava a relação vulnerável ao laço e alianças provisórias, dando forças ao coronelismo.
Com a crise do mandonismo nessas regiões, um quadro de transição política e cultura rústica se apoia no ideal messiânico como justificador de um objetivo mais que apenas uma insatisfação sociopolítica
Um outro autor citado pela autora, Rui Facó, apresenta “os males do monopólio da terra” que ia de encontro com pobres insubordinados.
O padre Cícero é citado como uma figura importante para esta estrutura social e estouro das revoltas em Juazeiro, bem como Antônio Conselheiro está para Canudos e os monges para o Contestado.
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