FICHAMENTO - AMAZÔNIA LEGAL
- Barbie Antropóloga
- 11 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
TEXTO 3 - RESISTÊNCIA A EXPROPRIAÇÃO E REEXPROPRIAÇÃO

TEXTO: Lowy, Michael. Hobsbawm, sociólogo do milenarismo campesino. Estudos Avançados, vol. 24, n. 69 2010. (pp. 105-118). Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142010000200007&script=sci_abstract&tlng=pt >. PD
Pontos do texto:
Amazônia Legal - área da Floresta Amazônica assim denominada pelo governo, pertencente ao Brasil, e que abrange nove Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.
Populismo da Classe Operária - tentativa do autor de não se deixar levar pelo populismo que atribuído a classe operária, ou se contaminar pela ideia de que essa mesma classe seria a propulsora da revolução.
O decrescente número de estabelecimentos dirigidos por proprietários de terra, por parceiros ou arrendatários contrapondo o crescente número de posseiros como ocupantes das terras na década de 70 (1970 até 1975). Revelado pelo censo agropecuário. Índice significativo de resistência.
Forma de Ocupações - De um lado uma ocupação sem características revolucionárias, mas com caráter de de resistência a expropriação e reexpropriação, de combate ao “paulista”, que não se trata de um fazendeiro, mas de um indivíduo vindo do sul ou do sudeste cuja ideia de propriedade é meramente capitalista. Para os posseiros a ideia de posse da terra estava ligada ao trabalho.
O posseiro e a noção de propriedade privada - O “paulista” é quem traz a alguns posseiros a noção de propriedade privada - através das primeiras cercas, primeiras demarcações territoriais.
Combustível dos conflitos - os diferentes significados de propriedades desta terra, sendo para os fazendeiros, “paulista”, o Estado, uma propriedade de caráter capitalista/material, com objetivo de fazer desse posseiro uma força capitalista - e para os posseiros uma propriedade relacionada ao trabalho, a subsistência, a liberdade, a construção identitária, pois para o posseiro ser proprietário, materialmente falando, da terra não possui sentido, o que torna a resistência ainda mais forte.
Compreensão econômica - As diferenças entre posseiros e paulistas não terminam somente no conceito de posse da terra, mas toda a compreensão econômica de ambos é diferente, desde a compreensão do dinheiro, até sobre a forma como se ocupa a terra, revelando um caráter religioso e atribuindo ao dinheiro uma característica negativa, aprisionante e demoníaca, no sentido bíblico do entendimento.
Conclusão:
Sendo assim, não se trata apenas da posse da terra, mas sim de uma luta entre classes, um conflito político de dominação e penetração do pensamento capitalista nestas regiões, cujas disputas são violentamente desproporcionais, uma vez que a classe mais favorecida recebe apoio do Estado não só político, como físico através das forças armadas e policiais.
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